“A
referência central do corpo contemporâneo é o corpo magro, leve, flexível e, ao
mesmo tempo, rígido. Tal referência está submersa em um cenário no qual se
encontram diferentes modalidades corporais: o corpo obeso, desnutrido,
anoréxico e magro, musculoso, deformado, esculturado. Confronta-se também com
os corpos femininos e os corpos masculinos, corpos negros e corpos brancos,
corpos pobres e corpos ricos, jovens, adultos e envelhecidos, baixos e altos,
dentre outras subdivisões. Trazemos no corpo todas as nossas marcas sociais
identitárias (...)
O
corpo é também o marketing de si mesmo. É na sua aparência, tonicidade,
juventude e magreza que revelamos quem somos, a chave do sucesso, mas também do
fracasso. Desse modo, a obesidade se apresenta como uma não conformação
anatômica e funcional para o mundo contemporâneo. A estigma da obesidade, hoje
classificada como uma patologia multifatorial como também preditora de
múltiplas outras doenças, cada vez mais se acentua. Tomam contornos de uma
espécie de monstro moderno, uma deformidade física (e também moral) não sendo
mais tolerado socialmente. Contudo, resta saber como e porquê os valores
associados ao corpo gordo são diferentes de uma cultura para outra e modificam
no tempo no interior de uma mesma cultura”.
* Breve trecho da excelente monografia da Doutora Ligia Amparo da Silva Santos: O CORPO, O COMER E A COMIDA - Um estudo sobre as práticas corporais e alimentares cotidianas a partir da cidade de Salvador - Bahia;
** Fotos copiadas do site do fotografo Matt Blum - The Nu Project [ Série de nus de mulheres "normais", no qual há modelos de todo o mundo com maquiagem mínima e sem glamour. O foco do projeto tem sido os sujeitos e suas personalidades, espaços, inseguranças e manias.
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